sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O Prédio

Um amigo meu “vive” num prédio com vários andares. No rés do chão moram as pessoas mais importantes da sua vida, e no último as de menor relevância que estão quase a ser despejadas. Cabe-lhe a ele, como proprietário, a responsabilidade de atribuição do respectivo ”andar” a cada morador, sendo que regularmente serão feitas actualizações na lista de moradores. Adoptando e adaptando esta bela teoria, eu vivo no último andar do meu prédio, e as pessoas mais importantes da minha vida vivem no penúltimo, as de menor importância no rés do chão, perto da entrada/saída. O meu prédio tem muitos andares, e capacidade para acolher muitos residentes, apesar de poucos viverem nos andares mais “altos”. Gosto de conhecer pessoas, gosto de socializar, gosto de conversar, trocar e partilhar ideias, facilmente me integro num grupo e raramente antipatizo com alguém, contudo sou muito selectiva no toca a convites para morar no meu prédio. Talvez por isso é que quem se muda para lá normalmente fica, eventualmente pode mudar-se de um andar para outro, mas fica. Que me lembre até hoje poucas ordens de despejo foram emitidas, e após notificação os moradores abandonaram o prédio. Alguns voltaram, depois de muito tempo volvido, normalmente para um andar diferente. O problema surge quando já não sabemos justificar a presença de uma pessoa no prédio, quando temos mil e uma razões para efectivar o despejo mas por alguma razão não o conseguimos fazer, sabendo que mais tarde ou mais cedo quem irá pagar a factura dos estragos causados pelo morador em questão será o proprietário. Isto de ter/administrar um prédio não é nada fácil!

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